Resolvi criar este blog para escrever um pouco sobre a realização da minha (tão planejada) rinoplastia e contar o meu ponto de vista pras pessoas que tem a mesma vontade.
Gosto de dizer que foi uma ideia amadurecida em 10 anos. Parece exagero, mas não é. O lado bom é que todo e qualquer argumento em desfavor da minha decisão ia por água abaixo quando as pessoas se davam conta de que eu não tomei a decisão "ontem"! E apesar de dolorida, esta espera foi bastante construtiva pra mim.
Nunca enfrentei problemas sérios além do espelho. E posso contar em uma mão, as vezes em que alguém me chamou de nariguda. (Que deselegância!) Também não tinha vergonha de deixar bem clara minha aversão às fotos de perfil. De um jeito descontraído as pessoas à minha volta foram descobrindo meu ponto fraco. Por pura bondade, vez ou outra me chamavam de exagerada ou até maluca, dizendo que meu nariz "não tinha nada de errado". Opiniões que funcionavam como um impulsionador da minha auto-estima. Vez ou outra funcionava, mas o nariz estava lá.
Durante algum tempo me esforcei para acreditar que as pessoas tinham razão, e que se eu não sofria rejeição ou preconceito, aquilo não passava de um drama que PRECISAVA SER SUPERADO.
Não sei se alguma vez essa superação se deu completamente, mas eu tenho lembranças de temporadas em que passei feliz comigo mesma.
Depois de muitas idas e vindas de auto-estima e aceitação, me tornei financeiramente independente e 100% responsável pela minha decisão, o que facilita bastante as coisas. Não havia mais ninguém além de mim para ser convencido.
Fui feliz com meu velho nariz, e vivemos muitas histórias juntos. Mas aos 25 decidi me separar dele.
Foi algo bem rápido. Procurei um cirurgião especialista em rinoplastia (esse era meu único critério) e que figurasse entre os melhores. Planejei mentalmente um teto para o investimento e agendei uma consulta na Clínica Ishida. Aguardei ansiosamente 2 meses de espera. Na consulta a empatia com o cirurgião foi tão grande que agendei a data transformação.
A partir daí, 3 meses me separavam de algo que eu pensei ser "uma nova vida".
Este é um mito que eu gostaria de desmistificar. Ouvi muito se dizer sobre o"boom" da auto estima e a quantidade de micro transformações que ocorrem na personalidade de uma pessoa que se sente "mais bonita" da noite pro dia. É tudo verdade. Mas o ponto negativo de dar ouvidos à tantas histórias transformadoras é que, aos poucos, elas me fizeram embutir no ato cirúrgico objetivos metafísicos. Eu estava segura de que com meu novo nariz eu seria capaz de interagir melhor com as pessoas, que perderia a timidez, seria mais confiante pra falar em público e até melhoraria como companheira dentro do um relacionamento.
Existem casos e casos, claro! Uma pessoa que transforma completamente a aparência deve ter sua vida bastante transformada, mas uma boa cirurgia plástica deve preservar características essenciais do seu rosto e corpo, de modo que, não importa a plástica, você será a mesma pessoa por fora e, principalmente, por dentro.
Mesmo reconhecendo que fiquei "mais bonita" e me percebendo, por conta disso, um pouco mais confiante no carnaval (brincadeira!), finalmente caiu a ficha de que faz parte de mim tanto a timidez quanto a dificuldade pra falar em público. Entende? No fundo, eu não "mudei". E você também não vai "mudar".
Enfim...
A partir daqui, gostaria de relatar passo a passo do que foi a minha rinoplastia. Brilhantemente executada pelo Dr. Luiz Carlos Ishida.
Também quero deixar um agradecimento especial pros meus pais, que me escutaram dia e noite falando sobre minha cirurgia, e meus amigos do coração, que acompanharam por fotos horríveis, que eu enviei diariamente por whatsapp, ou que me visitaram em casa quando eu parecia ter caído da escada com a cara no chão!
Esta sou eu antes:
(tomarei o cuidado de não postar apenas as fotos no ângulo que me favorecia... Vamos esculachar!)
A consulta:
A princípio me consultei com o patriarca da Clínica Ishida, o Dr. Jorge Ishida, um renomado cirurgião plástico aqui de São Paulo. Mas sabendo que Clínica Ishida também era composta por seus dois filhos, e tendo contato com um deles (Luiz Carlos), acabei mudando minha escolha.
Fiz os exames pré-operatórios sugeridos, e tomei a famosa Arnica, por recomendação das bloggeiras que acompanhei durante todo o processo de decisão. O médico mesmo foi reticente quanto a eficiência da Arnica. Mas costuma-se dizer que tomar as cápsulas dias antes e depois da cirurgia, evita o surgimento de hematomas e os faz desaparecer mais rápido.
O valor da consulta em fevereiro de 2013 foi de R$200 (muito bem investidos).
O valor da cirurgia já está ultrapassado foi definido em maio de 2013, para o meu caso. Portanto o ideal é se consultar com o cirurgião pra descobrir que tipo de intervenção seu nariz exige, e quanto isso te custará.
Só não espere gastar pouco!
O grande dia:
Acordei bem cedo e fui levada à clínica por uma grande amiga (beijo, Quel!), que fez questão de estar presente e dar uma segurada na minha ansiedade. Isso foi bem importante. Tive ao meu lado alguém reconhecia a importância daquele momento pra mim há pelo menos 13 anos!
Aguardei no quarto da clínica, recebendo de tempos em tempos as enfermeiras mais queridas que eu já vi! rs
Em pouco tempo estava lá, sedada e escutando de longe a conversa dos médicos. Engraçado o estado de semi consciência que a sedação, acompanhada da anestesia local, deixa.
Tenho a impressão de ter acompanhado a cirurgia inteira acordada, sem sentir nenhuma dor.
Recuperação:
O pós operatório foi pouquíssimo dolorido nas primeiras horas. Me recomendaram que eu não conversasse muito naquele primeiro dia.
Os medicamentos prescritos amenizaram qualquer dor. Minha única queixa foi uma dor de cabeça estranha, na altura da testa. A cada hora meu rosto ficava mais roxo e inchado.
Na hora de dormir senti um incômodo terrível.
Respirar somente pela boca é uma sensação muito ruim. A boca seca. A garganta dói. A gente ronca!
Este incômodo durou aproximadamente 4 noites.
Logo na manhã seguinte fui à clínica retirar o tampão. Esta é a segunda sensação ruim. Dói um pouco e sentimos muito sangue na garganta.
Mesmo sem tampão o nariz continuava obstruído pelo sangue coagulado e pelo inchaço interno. Mas durante esse período eu fui me adaptando ao sono limitado.
Os roxos e o inchaço foram diminuindo bem depois do 4o. dia. E no 5o. dia eu saí às ruas, com o gesso e a coragem.
Depois de sete dias voltei à clínica, aparentemente desinchada e já sem roxos. Tirei o gesso e pude ver pela primeira vez o tal "novo nariz". Por poucos segundo vi o mais próximo possível do que ele se tornaria, e então, imadiatamente após a retirada do gesso, ele inchou. Essas foram as fotos dele inchado e sem gesso.
Estranhei muito, e achei muito arrebitado.
Notando meu choque inicial com este detalhe, o médico explicou que o nariz ia "descer" , e que o ângulo que ele escolheu pra deixar a ponta menos caída não passava de 5 graus. Me pediu que fosse paciente!
E assim fui. De fato, o nariz baixou. E acho que ainda vai baixar até o final dos 6 meses de prazo pra cicatrização completa.
A obstrução nasal, que atrapalhava o sono foi melhorando com as semanas...Mas por dentro o nariz continuava muito inchado. E por conta do seu novo design, o corpo rejeita um pouco a situação produzindo uma infinidade de caquinhas! rs. Passei muitos dias limpando com cotonete e rinosoro.
Por fim, estas são as últimas fotos, aproximadamente 3 meses após a cirurgia.
Depois:
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Por hora é isso.
Espero que seja tão útil pra outras pessoas, quanto todos os blogs que consultei foram pra mim.
Um brande beijo!
Karina
